Apaixonadamente

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«Em toda a correspondência trocada, durante o mês de Fevereiro de 1914, entre Rolke e Magda Vom Hattingberg, a que o poeta, por carinho, tratava simbolicamente por Benvenuta, é manifesta a progressiva manifestação de um sentimento amoroso e de um desejo erótico. É também manifesto que Rilke não sabe o que fazer praticamente desse sentimento e desse desejo, excepto que exclui a resposta habitual. Apesar de ter dificuldade em o formular, o que gostaria de fazer, por ser algo de "novo", ele deseja uma relação física, onde o prazer dos corpos, na sua materialidade e vibração, exista, mas, no contexto duma relação "entre duas crianças", as crianças que todos guardamos em figura, quase como irmãos, que de início, fosse tão só, "mão e face". A partir desse "pouco-de-corpo" construiriam, a meias, em inocência, "um corpo-outro completo", perfeito e acabado. Para essa procura do "novo", Rilke procurou guiar-se pela figura do seu Pai e por Sócrates, nos seus diálogos de "O Banquete". Esse mestre ensinara que o sensual é o resultado final da relação dos amantes - "como estima magnificiente entre dois corpos amigos" - e não a sua matéria prima. A matéria prima das relações amorosas é a "fímbria dos corpos" e nada mais.»